Jogo Sujo

Wesley Batista retifica delação e diz que pagou R$ 6,5 milhões ao governador Azambuja

Wesley Batista

Contrapartida foram benefícios fiscais no estado do Mato Grosso do Sul, revelou empresário do grupo que controla a JBS. Para justificar a retirada de dinheiro, eram emitidas notas fiscais sem prestação de serviços

O empresário Wesley Batista, do Grupo J&F, que controla a JBS, retificou um depoimento que havia feito no Superior Tribunal de Justiça e afirmou que propinas de R$ 6,5 milhões foram destinadas ao governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e não ao ex-chefe do Executivo André Puccinelli (MDB) – antecessor do tucano -, como ele próprio havia indicado anteriormente.

Wesley centralizou seu relato em um bloco de oito notas fiscais, lançadas entre janeiro e fevereiro de 2016 que totalizam R$ 6,5 milhões supostamente referentes a serviços contratados que nunca foram realizados. Ao mudar seu relato, Wesley disse que cometeu um “erro material”, que consistiu na confusão dos nomes do ex e do atual governador de Mato Grosso do Sul. Azambuja é alvo da Operação Vostok, que investiga o tucano pela suposta concessão de benefícios fiscais a grupos empresariais em troca de propinas.

Na primeira fase da operação, em setembro de 2018, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi alvo de buscas. Seu filho, Rodrigo, e o deputado estadual José Roberto Teixeira (DEM), o “Zé Teixeira”, foram detidos e, depois, soltos. A Polícia Federal suspeita que o governador tenha recebido R$ 70 milhões em repasses, entre 2015 e 2016. Azambuja nega taxativamente ter sido beneficiário de recursos ilícitos.

Defesa: “Delação premiada da JBS não se sustenta”
O advogado Gustavo Passarelli, que defende Reinaldo Azambuja, se manifestou.

“A delação premiada da JBS não se sustenta, tendo o próprio Ministério Público Federal pedido sua rescisão. A defesa está tranquila quanto a inocência de seu cliente, sendo que até o momento, passados mais de dois anos da delação e de inúmeras tentativas de produção de provas, nada restou demonstrado contra o governador, que acredita na justiça para a demonstração de sua inocência. A delação é baseada em documentos unilaterais, inservíveis para a finalidade pretendida”, afirma.

Redação

3 Comentários