O governador afastado do Rio de Janeiro e ex-juiz federal Wilson Witzel pediu à CPI da Covid para convidá-lo a uma nova sessão, porém sob segredo de Justiça, durante a qual poderá apresentar provas de que o seu impeachment foi patrocinado pelas Organizações Sociais (OSs) ligadas aos desvios de recursos da saúde do estado fluminense.
“A CPI pode deferir, sob segredo de Justiça – e aqui vai uma sugestão –, sob segredo de Justiça, deferir, com o apoio do Supremo Tribunal Federal, medidas cautelares de busca e apreensão de celular, de documentos, de forma sigilosa, com o apoio do Supremo, para nós sabermos quem é que está por trás do meu impeachment, porque, por trás do meu impeachment, estão aqueles que se aliaram a esse discurso, esse discurso de perseguição aos governadores“, disse Witzel.
O ex-governador pediu para deixar a sessão desta quarta-feira (16/6) quando seu depoimento já durava mais de quatro horas.
“Ele acabou de me comunicar que quer se retirar da sessão, e a gente não pode fazer absolutamente nada”, disse o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), referindo-se a um habeas corpus que lhe permitia não comparecer ao interrogatório dos senadores. No entando, ao deixar a CPI, Witzel agradeceu aos parlamentares, manifestando desejo de contribuir no futuro.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que vai requerer depoimento em reservado de Wilson Witzel. Diante dos senadores, o ex-governador acusou o presidente Jair Bolsonaro de boicotar o trabalho de estados e municípios no combate à pandemia durante seu interrogatório, entre outras acusações dirigidas ao seu ex-aliado e atual desafeto.
Justiça Federal torna Witzel réu no mesmo dia de seu depoimento à CPI da Covid
Durante o depoimento de Witzel ao Senado, a Justiça Federal do Rio de Janeiro, por meio da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, tornava réus o ex-governador, sua mulher Helena, o pastor Everaldo, o ex-secretário de Saúde, Edmar Santos e o empresário Lucas Tristão. Eles são acusados de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, peculato e lavagem de dinheiro.
A juíza Caroline Figueiredo concorda com os argumentos da Procuradoria-Geral da República e diz que Witzel é”o principal líder da organização criminosa” que loteou recursos públicos lavando dinheiro no escritório de advocacia de Helena Witzel. A decisão menciona a colaboração premiada do ex-secretário de Saúde da gestão de Witzel, Edmar Santos, e pelo empresário Edson Torres.
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