Jogo Sujo

Ex-presidente da Alerj preso novamente por tentar fraudar compras para hospitais de campanha do estado

Paulo Melo

Além do ex-deputado Paulo Melo, que já cumpria prisão domiciliar por condenação na Operação Cadeia Velha, foi detido o empresário Mário Peixoto, o “favorito”

Em mais uma operação da Lava Jato no RJ, batizada de Operação Favorito, a Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (14/5), o ex-deputado estadual e ex-presidente da Alerj, Paulo Melo, o empresário Mário Peixoto, dono de empresas que prestam diversos serviços ao governo do estado, e outras três pessoas.

O ex-deputado Paulo Melo foi preso em casa, na capital, e Mário Peixoto em uma mansão Angra dos Reis, na Costa Verde. Em um endereço no Rio, os agentes encontraram R$ 21 mil em espécie. Paulo Melo estava cumprindo prisão domiciliar desde março pela condenação por 12 anos e 10 meses de prisão pela Operação Cadeia Velha, tendo sido beneficiado pela decisão que libertou detentos com sintomas do coronavírus (covid-19), após passar um ano na cadeia.

Segundo os investigadores, surgiram indícios de que o grupo estava interessado em participar de negócios em hospitais de campanha. O alvo seriam as unidades montadas no no Maracanã, São Gonçalo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Campos e Casimiro de Abreu. A força-tarefa descobriu, através de interceptações autorizadas pela Justiça, que pessoas ligadas a Peixoto trocaram informações sobre compras e aquisições dos hospitais de campanha para enfrentar a pandemia no Rio de Janeiro. O contrato foi vencido pela Organização Social Iabas.

“Surgiram provas de que a organização criminosa persiste nas práticas delituosas, inclusive se valendo da situação de calamidade ocasionada pela pandemia do coronavírus, que autoriza contratações emergenciais e sem licitação, para obter contratos milionários de forma ilícita com o poder público”, comunicou a Polícia Federal.

O empresário “favorito” dos governadores inspirou o nome da operação
Mário Peixoto é dono de empresas que celebraram diversos contratos com o estado fluminense há uma década, como o de fornecimento de mão de obra terceirizada com os governos estadual – da gestão de Sergio Cabral,  de Luiz Fernando Pezão e até hoje prestando serviços ao governo de Wilson Witzel. Daí o nome da operação Favorito.

Peixoto foi delatado por Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes. Neto afirmou que Peixoto pagava uma mesada de R$ 200 mil para o TCE entre 2012 e 2013.

Em março do ano passado, Paulo Melo foi condenado a 12 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e organização criminosa. Ele ficou preso até março deste ano, quando deixou a cadeia para cumprir prisão domiciliar.

Redação

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