Jogo Sujo

MEC gasta R$ 26 milhões com kits de robótica para escolas sem água e computador de Alagoas

MEC

O Ministério da Educação gastou R$ 26 milhões para adquirir kits de robótica destinados a escolas situadas no interior do estado de Alagoas. As unidades, no entanto, sofrem com problemas de infraestrutura básica, como falta de água encanada, escassez de de salas de aula e falta de de computadores e de internet. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo.

A empresa contratada, Megalic, que forneceu os kits, está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda. Ele é pai do vereador de Maceió, João Catunda (PSD). A família é próxima do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que controla as emendas no Orçamento, graças às quais foram liberadas as verbas.

A sede da empresa fica em uma pequena casa no bairro de Jatiuca, na capital alagoana. O vereador João Catunda, além de amigo, é aliado de Lira. Em suas redes sociais, Catunda divulga a parceria com o deputado Arthur Lira para a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para os municípios alagoanos, sem mencionar que a empresa de seu pai recebe verbas do fundo por meio de contratos firmados com as prefeituras alagoanas.

Em nota, a Megalic, que não fabrica equipamentos de robótica, agindo como intermediária, informou que não tem atuação política. A empresa foi fundada em 2013, mas o filho do vereador aliado de Arthur Lira entrou como sócio em março de 2020, ano das eleições municipais.

Kits de robótica foram comprados por valores muito acima do praticado no mercado

Cada kit foi comprado pelas prefeituras por R$ 14 mil, valor muito superior ao praticado no mercado. A liberação dos recursos federais para a compra de tais kits foi mais rápida do que o normal. Há cidades que aguardam há mais de dois anos a liberação de recursos para finalizar obras de infraestrutura, mas, nesse caso, a liberçaão ocorreu em poucos meses.

O MEC e o FNDE não comentaram o assunto. Por sua vez, op presidente da Câmara, Arthur Lira, negou envolvimento e disse que não pediu a aceleração da liberação dos recursos, e que os processos seguem critérios técnicos do FNDE.

Redação

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