Jogo Sujo

Afastado subscretário da Saúde do RJ por impor sigilo irregular em compras sem licitação para combater coronavírus

subsecretário-executivo Gabriell Neves

Maior parte da verba de R$ 1 bilhão foi destinada à OAS Iabas, que já estava proibida de participar de concorrências na Prefeitura do Rio

O subsecretário-executivo da Secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Gabriell Neves, responsável pelas compras emergenciais no combate ao coronavírus, foi afastado do cargo pelo secretário de Saúde, Edmar Santos, de forma temporária. O afastamento ocorreu após a divulgação da informação de que as aquisições de equipamentos e leitos sem licitação, no valor de R$ 1 bilhão, foram colocadas em sigilo de forma irregular.

Desse valor, a maior parte, cerca de R$ 836 milhões, foi destinada à Organização Social (OS) Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), OS que estava proibida de participar de novas licitações por dois anos no município do Rio, por erros administrativos graves nas UPAs de Costa Barros e Madureira. A organização já recebeu a primeira parcela no valor de R$ 69 milhões para administrar 1,4 mil leitos dos sete hospitais de campanha do estado.

Os documentos voltaram a ficar acessíveis e uma sindicância foi aberta. A pasta afirma ter identificado o responsável pela imposição medida, mas não divulgou seu nome. O afastamento foi discutido antes em uma reunião com o governador Wilson Witzel (PSC). As polêmicas sobre as contratações emergenciais preocuparam integrantes do Palácio Guanabara.

De acordo com a nota da Secretaria estadual de Saúde, o afastamento temporário foi feito pelo secretário “em nome da transparência da gestão da pasta e atendendo às determinações de lisura do governo”.

“Esta medida assegura que os processos de auditoria externa, solicitados a órgãos de controle por determinação do governador Wilson Witzel, possam ocorrer sem qualquer tipo de suspeição ou interferência”, diz a nota.

Subscretária de Gestão foi exonerada uma semana antes
Esta é a segunda mudança na cúpula da Secretaria Estadual de Saúde em meio a pandemia do novo coronavírus. No dia 2, a subsecretária de Gestão da Atenção Integral à Saúde, Mariana Scardua, foi exonerada, após apresentar divergência com Neves.

Além da contratação do Iabas, também se tornaram sigilosos processos que tratam da compra de respiradores, máscaras, testes rápidos, entre outros equipamentos para o combate à pandemia.

A pasta também afirmou que a licitação para a gestão de dois hospitais referência ao combate ao novo coronavírus poderá ser refeita após o subsecretário Jurídico do órgão, Felipe de Melo Fonte, detectar ilegalidades no processo de contratação.

 

Redação

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